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terça-feira, 3 de junho de 2008

As fronteiras de Camille Paglia







Olá, meu tanebits!

Fui ver Camille Paglia na última quarta-feira (28/05), no Teatro Castro Alves, em Salvador. Considerada uma das 100 maiores intelectuais do mundo, Paglia apresentou palestra sobre a história da arte moderna e erótica, sob o tema: A variedade do erótico na arte.

Confesso que esperava mais. Fui embora quando já ia 1,5 hora de palestra. A bunda doía mesmo na cadeira macia daquele maravilhoso centro cultural. Camille optou por um modelo de apresentação que vem sendo moda entre os acadêmicos e intelectuais: imagens recorrentes e um discurso com base em olhares teorizantes sobre os ícones em tela.

A proposta é interessante, acredito eu, até a primeira meia hora. Em sua palestra, Camille nos advertia no início que tinha disponíveis 61 (sessenta e um!) slides para realizar a travessia da história da arte desde o início do século XX. Não fiquei pra ver o resto. Me descontentei com que vi. De forma cansativa, apresentava aquilo que qualquer amante do assunto poderia se apropriar numa imersão em livros de história da arte.

Soube que a palestra terminara por volta das 22h30min (começou às 20h em ponto) e deu direito a duas perguntas. Também pudera, depois dessa overdose de história da arte em 61 slides, não era para menos...

Preferira que Camille Paglia, de quem se anunciava ser "uma das 100 intelectuais maiores intelectuais do mundo" nos desse o ar de sua história. Porque num mundo competitivo, eivado de individualismos e ceticismos, ouvir histórias de vida como as de Camille, poderia nos render um olhar sobre a realidade e, claro, sobre nós mesmos. Em vez de usar a história da arte, o femismos pós-moderno teria a chance com Paglia de ser apresentado de um ponto de vista diferenciado, de quem com sua obra e sua história, tem atuado com sua práxis, com um olhar diferenciado sobre os feminismos no mundo. Preferia, sinceramente, ter, mais do que visto, ter sentido Paglia, teria sido, com certeza, mais revelador de mulheres de seu quilate.

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