Compartilhe

sábado, 22 de março de 2008

De Barbara Freitag à Porta de Alcalá




Teorias da Cidade é um ótimo livro. Fiquei fã de Barbara Freitag, de quem já tinha ouvido falar desde os tempo de meus percursos lá pela Faculdade de Filosofia da UFBa., de indelével memória. Pelo que li, ela própria andou pelas bandas de cá, e imagino que deva ter lecionado em Sociologia, ao lado de nosso amigo (e primo ha,ha), o genial Antônio Câmara.

Pois bem, li o livro de Barbara Freitag, Teorias da Cidade (Papirus Editora, 2006, 190 p.) , de um só fôlego. Ela é segura, convicta do que escreve, crítica do que leu e nos envolve com uma escrita fina, de imenso fôlego intelectual.

A vida é assim, quando você está preparada para receber algum ensinamento, lá aparece ele, de bandeja pra você. E foi assim com esse livro que encontrei, meio por acaso - se é que isso existe - na livraria que funciona no prédio da minha faculdade de Educação da UFBa. Na estante, com esta capa belíssima, lá estava ele. E a vendedora me alertou - o preço tá barato. E eu fiquei ainda mais animada.

Bem, primeiro nem sabia da existência de uma Teoria da Cidade, que dirá das Teorias, como Barbara se encarrega de esclarecer. De pronto fui lá na pós em Arquitetura e Urbanismo da UFba. E não é que existem duas cadeiras sobre o assunto: uma sobre Teorias da Cidade - acho que é assim no plural - e outra sobre História das Cidades. Eu me imagino cumprindo esses créditos. Agora, que sou da Educação ou quem sabe mais tarde numa outra pós em Urbanismo (he,he). O que é que uma paixão nova e um livro bem escrito não fazem! Fiquei babando por essa temática e lembrando que, mesmo sem perceber, você parece se envolver em determinados assuntos, como se fosse uma antevisão do seu destino. Pelo menos é assim comigo.

Voltava agora de Brasília lendo "O Espaço Crítico" de Virilio, uma indicação de meu orientador, Edvaldo Couto. E me percebi envolvida com essa temática das cidades em 2006 quando fiz uma viagem à Espanha (Madri). Ficara intrigada com a beleza do monumento da Porta de Alcalá. E eu intimamente sabia que aquilo queria me dizer alguma coisa, mas não sabia exatamente o quê. Agora consigo articular as minhas percepções sobre o que Virilio chama de conhecimento "comutado", sendo as portas metáforas fundamentais para este entendimento.

Pois bem, posso dizer depois dessa divagação, que aprendi bastante com Freitag. O livro é uma jóia, fruto das pesquisa de Freitag sobre o assunto lá na UNB. Ele traz um panoram geral sobre as escolas mundiais que tratam de Teorias da Cidade - um campo interdisciplinar - a alemã, francesa, inglesa e americana. Articula a teoria aos autores. Foi muito bom para eu me situar e articular aquela teoria com minhas propostas de estudos na educação. Interessei-me por Peter Hall - inglês - e pelos escritos mais recentes da Escola de Chicago, especialmente pelos escritos de saskia Sassen com sua visão sobre Cidades Globais.

Ah! Como não há conhecimentos estanques, interessou-me também - já era uma visão anterior - os trabalhos de Milton Santos, no Brasil. Pretendo ler ainda Alain Touraine e Lefebvre (França), além de Sennett (americano). Vamos ver o que consigo apropriar desse conjunto.

Bem, recomendo. Fiquei mesmo com vontade de conhecer (e de me inserir) nesse trabalho de Freitag - quem sabe a convidamos para um ligeiro colóquio por aqui - e, claro, ela vem pra minha banca.


Até mais, meu tanebits!

Nenhum comentário: